À medida que a Terra gira sobre seu eixo (rotação), produzindo os dias e as noites, ela também se move em torno do Sol (translação) em uma órbita elíptica (círculo alongado). Esta “viagem” requer cerca de 365 e 1/4 dias para ser concluída. O eixo de rotação da Terra é inclinado em relação ao seu plano orbital, fazendo com que as estações do ano existam. Quando o eixo da Terra aponta para o Sol num determinado hemisfério, temos o verão. Quando o eixo da Terra aponta para o lado contrário, é inverno em tal hemisfério. Uma vez que a inclinação do eixo do planeta é de 23,5 graus, o polo nunca fica diretamente voltado para o Sol, mas, no solstício de verão, ele chega o mais perto possível disto e, no solstício de inverno, é quando ele fica mais afastado. Na metade do caminho entre estes dois extremos, ou seja, na primavera e no outono, o eixo de rotação da Terra faz 90 graus em relação ao Sol. Isto significa que, nesta data (equinócio), dias e noites têm aproximadamente a mesma duração: por volta de 12 horas cada.
Por que esta inclinação do eixo da Terra influencia o nosso clima? Para entender isso, podemos fazer o seguinte experimento: pegue um pedaço de papel e uma lanterna. Ao focar a luz da lanterna diretamente no papel, você verá um círculo iluminado. Toda a luz da lanterna está concentrada neste círculo. Agora, lentamente, incline o papel, de modo que o círculo iluminado se alongue na forma de uma elipse. Toda aquela luz está ainda na elipse, só que distribuída ao longo de mais papel, ou seja, a densidade da luz cai. Em outras palavras, a quantidade de luz que incide por centímetro quadrado do papel diminui (o número de centímetros quadrados iluminados aumenta, enquanto que a quantidade total de luz permanece a mesma).
O mesmo é válido para a Terra. Quando o Sol está apontando diretamente para dada região do planeta, a luz está incidindo diretamente em você. Desta forma, mais luz (e mais calor) atinge cada centímetro quadrado do terreno. Quando o Sol está baixo no céu, a luz fica mais espalhada sobre a superfície da Terra, e menos calor (por centímetro quadrado) pode ser absorvido. Uma vez que o eixo da Terra é inclinado, o Sol tem maior influência (a radiação que vem dele se espalha menos) quando você está na parte da Terra em que o eixo de rotação está voltado em direção ao Sol. Ao mesmo tempo, sua influência é menor na parte da Terra onde o seu eixo aponta para longe do sol.
Para o Hemisfério Sul, o eixo tem inclinação máxima voltada para o Sol em dezembro (especificamente, em torno de 21 de dezembro), e inclinação máxima para longe do Sol em torno de 21 de junho. Isto corresponde aos solstícios de verão e inverno (solstício vem do latim e quer dizer "Sol que não se move"). Para o Hemisfério Norte, esta análise é invertida. Para ambos os hemisférios, a Terra fica com seu eixo 90 graus afastado do sol em torno de 21 de março e por volta de 21 de setembro. Estas datas correspondem aos equinócios de outono e de primavera (equinócio vem do latim "noites iguais"). Nestas estações, todo lugar no mundo tem cerca de 12 horas de luz e 12 horas de noite.
Tecnicamente, os solstícios marcam a declinação solar máxima e isso corresponde à metade ou meio da estação do ano, não o começo dela. Algo similar se aplica aos equinócios. Contudo, o que geralmente notamos é que o dia mais quente do ano ocorre após o solstício de verão e, o dia mais frio, depois do solstício de inverno. Mesmo assim, ficou convencionado que os solstícios e equinócios marcariam o início das estações.
Fonte: NWSFO/NOAA.
A meteorologia agrupa quatro períodos de três meses para dividir as estações do ano:
Os meteorologistas não tiraram essa classificação da cartola. Na verdade, eles preferem lidar com os dados de meses inteiros, em vez de frações de meses, alinhando as datas do calendário com as temperaturas médias durante cada período do ano.
Essa divisão, que existe desde o início/meio do século 20, permite que os cientistas da área comparem com mais facilidade os padrões climáticos de uma estação para outra, o que seria muito difícil usando a convenção astronômica, por causa do atraso nas temperaturas sazonais.
Os trimestres convencionados pelos meteorologistas permitem que eles observem e possam prever melhor os padrões climáticos interanuais, uma vez que são baseados no ciclo anual de temperatura, não no tempo exato de órbita da Terra.
Quando se trata de compilar estatísticas sobre padrões de temperatura e outras variáveis meteorológicas para planejamento e negócios agrícolas, é muito mais fácil trabalhar se baseando no calendário estático do que tentar lidar com a variabilidade da posição do Sol no céu, por exemplo.
Fonte: NCEI/NOAA.
Leia sobre as características meteorológicas de cada estação: