Governo do Estado do Espírito Santo
12/07/2016 10h13 - Atualizado em 09/05/2017 10h02

Tendências para julho e previsão climática para o inverno no Espírito Santo - Junho foi frio na metade sul e quente no norte, mas com chuvas acima do normal

Junho e o fim do outono 

O mês de junho foi mais frio que o normal na metade sul, em média, e mais quente que o normal em parte do norte do estado, sobretudo por causa das temperaturas máximas, que estiveram mais baixas no setor sul e mais altas no setor norte capixaba. De maneira geral, o outono (abril, maio e junho) foi mais quente que o normal na metade norte do estado e observou temperaturas próximas do normal na metade sul.

Em relação às chuvas, o outono terminou mais seco que o normal, com maiores desvios relativos na metade norte.

 

Previsão trimestral do MCTI e expectativa do Incaper para julho e estação do inverno

Julho faz parte do período seco no estado. Se dividirmos o estado em duas partes mais ou menos iguais, no sentido leste-oeste, podemos dizer que a faixa leste recebe entre 60 e 90 mm de chuva durante esse mês, enquanto o lado oeste não recebe mais que 30 mm. Assim como acontece durante todo o período seco, a região que mais recebe chuvas em julho é a Grande Vitória e os municípios vizinhos desta (veja o mapa clicando aqui), mas os valores correspondem a apenas um terço do acumulado de precipitação observado num mês do período chuvoso, para termos de comparação.

Julho é o mês mais frio do ano no Espírito Santo. As temperaturas ficam cerca de 2 °C mais baixas, em média, em relação ao mês de junho.

No estado do Espírito Santo, os meses de julho, agosto e setembro, que compreendem o período da estação, são os meses mais secos e frios do ano (veja o mapa clicando aqui). O principal sistema meteorológico de atuação são as frentes frias, acompanhadas de massas de ar polar mais intensas que nas demais épocas do ano. Estes sistemas provocam a diminuição das temperaturas com a sua passagem. Outra característica da estação são as constantes inversões térmicas e a ocorrência de nevoeiros, principalmente na Região Serrana, que costumam acontecer entre a noite e o início da manhã, causados pela umidade relativa do ar elevada, grande resfriamento da superfície e ar estável, quase sem vento. No período da tarde, a umidade relativa tende a diminuir longe do litoral, algumas vezes atingindo valores críticos (abaixo dos 20%). Os baixos valores de umidade relativa são prejudiciais à saúde e, associados ao baixo índice pluviométrico da estação, favorecem a ocorrência de incêndios.

A previsão climática por consenso para o trimestre julho-agosto-setembro de 2016 (JAS/2016) elaborada pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (GTPCS/MCTI), com a colaboração de meteorologistas do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e Centros Estaduais de Meteorologia, baseia-se na análise diagnóstica das condições oceânicas e atmosféricas globais e nos prognósticos de modelos dinâmicos e estatísticos de previsão climática sazonal.

De acordo com essa previsão, que foi realizada no dia 28 de junho de 2016, na maior parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, incluindo o Espírito Santo, a distribuição de probabilidade de chuvadeve ser a mesma para as três categorias oriundas da metodologia utilizada na previsão, que são "acima", "abaixo" e "dentro da média" climatológica (figura 1). A equipe de previsão climática do MCTI chegou a esta conclusão devido à baixa previsibilidade dos modelos matemáticos de previsão climática para estas áreas do país.

A previsão por consenso indica temperaturas mais altas que o normal na maior parte do Brasil, mais uma vez. Para a Região Sudeste, especificamente, a previsão é a seguinte:


Chuva - Igual probabilidade para as três categorias
Temperatura - Normal a acima da normal climatológica em toda a Região

Figura 1 - Previsão probabilística (em tercis) por consenso do total de chuva no período de julho a setembro de 2016. Fonte: GTPCS/MCTI.

Tomando por base essa previsão do MCTI e sua própria análise para o Espírito Santo, a equipe do Sistema de Informações Meteorológicas do Incaper observou algumas inconsistências/divergências entre os modelos de previsão de clima (baixa destreza na previsão para o Espírito Santo). Contudo, em sua maioria, os modelos convergem para a previsão de chuva próxima à climatologia no Espírito Santo durante o mês de julho e também ao longo de agosto e setembro. Ainda assim, a destreza dos modelos, ou seja, a habilidade deles em prever as condições climáticas para esta época do ano, não é alta para o Espírito Santo, em específico. Isso implica numa baixa previsibilidade em relação à qualidade do regime de chuvas esperada para o próximo trimestre (JAS/2016).

Espera-se que julho tenha chuvas dentro do normal na maior parte do estado, lembrando que tal mês faz parte do período seco, ou seja, mesmo que a chuva fique dentro do normal, esta não deve ser significativa quando comparada às chuvas do período chuvoso. Quanto às temperaturas, a previsão é de que estas se enquadrem dentro da faixa normal no Espírito Santo. A previsão de média prazo indica que uma frente fria avança pelo estado na segunda quinzena deste mês, derrubando as temperaturas. A maior parte da chuva que vai cair durante o mês deve ser causada pelos ventos marítimos, após a passagem da frente (tecnicamente, bandas de nebulosidade associadas à borda noroeste do anticiclone migratório).

Por ora, é provável que tenhamos menos incursões de ar frio sobre o Espírito Santo ao longo do inverno. No entanto, a instabilidade marítima deve compensar a possível falta de chuvas oriunda de frentes frias, além de normalizarem a temperatura média ao atuarem no sentido de diminuir as temperaturas máximas, neutralizando as anomalias. Sendo assim, a previsão climática do Sistema de Informações Meteorológicas do Incaper para o inverno (JAS/2016) como um todo também é esta, ou seja, chuva e temperatura dentro do normal em praticamente todo o estado, ainda que um mês ou outro apresente alguma anomalia leve no regime de chuvas ou nas temperaturas.

De acordo com o GTPCS/MCTI, é importante mencionar que as anomalias negativas da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) na faixa equatorial do Oceano Pacífico, associada à propagação para leste de águas subsuperficiais anomalamente frias, indicam a tendência de desenvolvimento do fenômeno La Niña, ainda que com fraca intensidade. No ES, o fenômeno não exerce influência direta no regime de chuvas, mas normalmente deixa as temperaturas mais baixas que o normal.

A previsão climática apenas aponta tendências para um determinado período (um mês, uma estação), focando na qualidade do regime de chuva e anomalias de temperatura. Eventos extremos de chuva, vento, frio ou calor só podem ser previstos com alguns dias de antencedência ou, dependendo de sua intensidade/deslocamento, poucas horas ou minutos. A atualização da previsão de temperatura e tempo, assim como avisos meteorológicos especiais, quando é o caso, podem ser acessados em nossa página inicial:

http://meteorologia.incaper.es.gov.br

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